quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Uma palavra para mais de mil imagens



O Oxford Dictionaries elegeu selfie a palavra do ano de 2013.
Segundo o editor Richard Holden, os primeiros registros do uso da palavra, um neologismo de self-portrait, que define as tão populares fotos tiradas pela própria pessoa fotografada e compartilhadas online, remontam à 2002, na Austrália.
A escolha do termo para o último ano comprova a forma vertiginosa como o hábito se disseminou através do acesso mundial à smartphones e redes sociais e parece uma peculiaridade de nossa era digital. Contudo, vale lembrar que os autorretratos são reconhecidos e catalogados, pelo menos, desde a Renascença italiana.

Veja abaixo uma galeria de selfies analógicas.

Henri Evenepoel, 1898

Mulher não identificada, 1900

Harold Cazneaux, 1910


Fotógrafos da Byron's Company, 1920

Fox Staff, 1948

Terry Fincher, 1966






quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Facebook compra o Whatsapp


Mark Zuckerberg afirmou certa vez que o objetivo das redes sociais é "eliminar a solidão". 

Parece que além disso a ideia dele é ser onipresente nessas relações também. 





sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Em um relacionamento sério com o sistema operacional


Estreia hoje em todo o Brasil ELA, novo filme de Spike Jonze, conhecido pela direção de roteiros inventivos e surpreendentes como os de Quero Ser John Malkovich, Adaptação, entre outros. O longa é uma delicada fábula sci-fi, que tem como pano de fundo a relação do homem com a tecnologia.

Com um elenco que reúne Joaquin Phoenix, Rooney Mara, Amy Adams e Scarlett Johansson, o filme recém estreou e já faz parte da filmografia essencial para o nosso espetáculo “No que você está pensando?”


HER: O novo filme de Spike Jonze
Apaixonar-se pela voz do seu sistema operacional parece ser falta de qualquer resquício de sanidade? Não para Spike Jonze que amplia a relação homem-máquina em um âmbito maior que sua funcionalidade mecânica, criando uma espécie de ficção científica romântica em seu novo filme.

Hi, I’m here.
Essa é a primeira frase dita pelo sistema operacional Samantha (voz por Scarlett Johansson). A simples saudação anima, pois parece fazer referência ao curta-metragem lançado por Spike Jonze em 2011 chamado “I'm here”. Nele, Jonze nos faz imergir em uma história onde a relação homem-máquina transcende a função instrumental, apresentando-nos a dois robôs que se apaixonam e nutrem um sentimento tão forte que o ato de doar-se para o outro é feito sem hesitar.

No curta, o diretor coloca em questão se os seres lógicos construídos com chips e peças possuem mais sentimento e amor ao próximo do que os feitos de carne e osso. Contudo, em Her, o diretor faz absolutamente o contrário, exibe um relacionamento que parecia ser improvável e que vai além da relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia.

No longa, Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor solitário de meia idade que escreve cartas de amor para os outros e que preenche o vazio, decorrente de um divórcio, com as mais variadas tecnologias. Vídeo games interativos e sistemas automatizados comandados por voz fazem parte do pano de fundo de uma Los Angeles do futuro (o ano exato não é especificado). Tudo muda quando ele compra um novo sistema operacional para seu computador. Desses hiper inteligentes capazes de realizar tarefas em frações de segundo, como ler um livro.


Embora criados para facilitar a vida humana, o personagem principal utiliza a tecnologia para tornar mais fácil a convivência consigo mesmo. Uma vez que estava carente de perspectivas de vida, apaixonar-se pela voz de seu computador não parecia tão ilógico. Ainda mais quando é uma voz como a de Scarlett Johansson. Entretanto, uma descrição grossa e curta sobre o filme, reduzindo-o em “uma história de um homem que se apaixona por uma versão ultra tecnológica da Siri” é injusta e não compreende as reflexões presentes no contexto.



Esse conceito bruto pode até ter sido o ponto de partida de Spike Jonze ao pensar em Her. No entanto, sua mise en scene é construída de tal forma que um romance entre homem e máquina soa lúcida e porque não possível? Como uma ode a Annie Hall, eles tentam adivinhar as vidas de pessoas aleatórias e o piquenique com os amigos de Theodore que acham Samantha uma ótima companhia são exemplos de cenas em que acreditamos nessa possibilidade.

O sexo é literalmente transcendental e abre uma questão: precisamos mesmo dos nossos corpos? Ou está tudo em nossos cérebros? Samantha diz que sente Theodore, ao que ele responde entre gemidos que a sente também. É tudo tão real em suas imaginações que todas as necessidades afetivas e sexuais daquele momento são preenchidas, sem o toque, sem o mínimo contato.

É em seu apartamento, refletindo luzes da cidade no chão de madeira onde Joaquin Phoenix impressiona por sua atuação. São momentos de insegurança, de amor desmedido e de loucuras com sua amada virtual que o renderia qualquer grande prêmio de melhor ator. Aliás, o filme ganhou um Globo de Ouro na categoria de melhor roteiro e concorre em cinco outras na premiação da academia (Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original).


Jonze é também conhecido pela extensa e respeitada lista de videoclipes que dirigiu. Nela, incluem-se, Bjork, Sonic Youth, Daft Punk, R.E.M, Chemical Brothers, Arcade Fire e outros. Em Her, ele transforma sua estética de clipes em algo magicamente pessoal. As montagens – inserções silenciosas de Theodore e sua ex-mulher Catherine (Rooney Mara), mergulhados em tranquilidade, são sublimes – e a trilha sonora (composta por Arcade Fire, Karen O, The Breeders e etc...) são panos de fundos ideais e sensíveis para acompanhar o ritmo do longa. Em certo ponto, Samantha compõe uma peça de música a fim de criar uma nova forma de capturar uma tarde maravilhosa, ao invés de uma fotografia.

No fim das contas, Spike Jonze nos mostra em Her que é um romântico transcendentalista. Como Theodore que está de luto por sua vida, com o atrito de suas limitações em uma espécie de ficção científica romântica que apresenta a perspectiva de uma singularidade que não significa o fim da humanidade, e sim sua libertação. Porque não importa a época, as pessoas sempre vão estar a procura do amor, em qualquer forma.


“Nosso mundo é cada vez mais amável, especialmente em Los Angeles. No entanto, cada vez um se sente mais isolado e só. No filme, não se sabe muito bem se esse futuro é utópico. Mas acho que nossa sociedade tende a isso. E, apesar de tudo o que precisa, sente-se cada vez mais só” (Spike Jonze)

fonte: 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Berlinale

Enquanto a pré-produção do nosso espetáculo "No que você está pensando?" segue à todo vapor, uma das diretoras, a montadora de cinema Thais Fernandes, desembarcou na última quarta-feira na Alemanha para a 12ª edição do Berlinale Talents, programa internacional de residência do festival de Cinema de Berlim.

Thais foi selecionada para fazer parte de um grupo de 300 profissionais de todo o mundo que irá participar desta iniciativa de aprimoramento de jovens talentos do audiovisual.

Já estamos curiosos para saber as novidades que ela irá trazer!

Cineastas gaúchos no Berlinale Talents







domingo, 2 de fevereiro de 2014

Conectado, mas só?

Esperamos mais da tecnologia mas será que esperamos menos um do outro? 

Sherry Turkle, professora de Estudos Sociais em Ciência e Tecnologia da Massachusetts Institute of Technology, analisa como os nossos dispositivos e personalidades online estão redefinindo conexão humana e comunicação -- e nos pede para pensar profundamente sobre os novos tipos de conexão que queremos.